As mordomias anualmente nomeadas, levam a efeito vários eventos, tendo ao longo do ano a preocupação de angariar receitas, não só para a realização da Festa anual, mas também ter sempre presente fundos para obras de restauro e conservação da Capela.
Cambeiro
Uma característica em honra do S. Sebastião em Loriga, é o tradicional peditório com o “cambeiro” que se realiza anualmente em Janeiro.
Recorde-se que o Cambeiro em Loriga é um mastro de madeira coberto com pendurais em ferro, que durante o terceiro Domingo de Janeiro, sai pelas ruas da vila, sendo transportado em cortejo.
O cortejo do cambeiro é anunciado pelas ruas ao som de uma campainha. A procissão principia no adro da igreja e ao longo do percurso da procissão as pessoas vão-se juntando ao cortejo, colocando pendurais com diversas oferendas: enchidos de carne diversos, bacalhau, pão, bacalhau, presunto, broa de milho, trigo, assim como, ofertas de feijão, grão, milho, queijos, etc., e até mesmo dinheiro que os mordomos vão transportando à parte.
No final da procissão no adro da igreja, dá-se inicio ao leilão de todas essas ofertas, que revertem para o culto e Festa anual de São Sebastião que actualmente se festeja no penúltimo fim de semana do mês de Julho.
Soneto a São Sebastião...
A uma árvore sofres recostado,
Expias em chagas as dores,
O corpo nu, já tanto flechado,
Suporta a cabeça e os louvores
Sebastião, os anjos protectores
Te levaram aos céus ao lado
De Deus, lá onde as árvores
Dão sombra e não o pecado
Da morte como a que assistiu
Ao teu instante derradeiro
E de onde estás, peço protecção
E luz contra a maldade vil
Que alveja como um flecheiro
Querendo meter-se no coração.
Expias em chagas as dores,
O corpo nu, já tanto flechado,
Suporta a cabeça e os louvores
Sebastião, os anjos protectores
Te levaram aos céus ao lado
De Deus, lá onde as árvores
Dão sombra e não o pecado
Da morte como a que assistiu
Ao teu instante derradeiro
E de onde estás, peço protecção
E luz contra a maldade vil
Que alveja como um flecheiro
Querendo meter-se no coração.
Francisco Libânio
Capela de São Sebastião
Apesar de pouco se saber sobre a razão da construção da capela de São Sebastião naquele local, remonta há mais de dois séculos a sua existência. Em recortes antigos e relacionados à década de 1750, era referenciada como estando situada a "duzentos passos distantes da povoação no caminho para Valezim", na qual não faziam festa ou romaria alguma.
Segundo essa descrição, para essa época, a capela ficava longe da povoação, se tivermos em conta a existência de outras capelas já a ficarem rodeadas pelo povoado, com era os casos das capelas de Santo António e S. Gens, actualmente N. S. do Carmo. Efectivamente pensa-se ter existido uma boa razão para a construção de uma ermida naquele local.
Os relatos antigos vêm dizer que, sendo o caminho e trajecto de Loriga para outras povoações, aquele local era um lugar aprazível, de descanso, onde corria abundante água. Ali os viajantes paravam, por momentos, para descansar e, ao mesmo tempo, oravam pela viagem que estavam prestes a iniciar ou, aqueles que ao chegarem, ali paravam orando e agradecendo a viagem que tinham acabado de efectuar.
A primitiva capela construída em pequenas dimensões, era o protótipo da ermida isolada em lugar de passantes, havendo até uma certa preocupação de a mesma ser resguardada o mais possível das más condições climáticas. Ao ser edificada em honra desse Santo, poderá estar relacionado o facto de, nessa época, e um pouco por todo o lado, ser muito comum a veneração ao mártir São Sebastião, passando mesmo aquele lugar a ser assim chamado.
Com os tempos, aquele local bem como a capela já foram cenário de muitas alterações. O primitivo caminho deixou de existir e, em consequência, nova capela mais moderna foi também construída, esta sobreposta à antiga.
As Festas em honra de São Sebastião, por estranho que pareça, não se realizavam na sua capela mas sim na povoação. Houve tempos, até, que nem sempre era realizada, ao contrário do que acontece hoje, que se realiza anualmente. É uma festa grandiosa e uma das maiores que se efectuam em Loriga, realizando-se no verão, em data o mais próximo possível da Festa da Nossa Senhora da Guia.
Uma tradição em honra deste Santo, que através dos tempos se vai mantendo, é o peditório realizado com o “cambeiro”, um mastro alto, em madeira, ornamentado com penduradores em ferro, que percorre as ruas da Vila, e onde as pessoas penduram as suas ofertas: chouriços; morcelas; presuntos; carne; pão; queijos; feijão; grão; milho etc., sendo estas ofertas leiloadas em evento efectuado no largo da igreja.
Ao contrário das outras capelas já referidas, existentes em 1758, e que com os tempos foram ficando dentro da povoação de Loriga, a de São Sebastião, apesar de mais de dois séculos já passados, continua fora e isolada, apesar de visível do casario da Vila que dela se foi aproximando. O seu patrono é, pois uma presença viva dos antepassados Loriguenses que idealizaram aquele local e a construção da capela. E se, em tempos distantes, se pensa que abençoava os viajantes que por ali passavam, continua hoje a ser a bênção para muitos outros que ali passam para a última viagem, mas esta, uma viagem sem regresso.
A Capela de São Sebastião é de espaço único. Exteriormente as fachadas são rebocas e pintadas de branco percorridas por lambril de pedra de granito. A fachada principal é rasgada por um portal recto e por duas janelas recortadas. Tem campanário. O interior tem paredes rebocadas e pintadas de branco percorridas por lambril de azulejos de padrão industrial.
Visitar a capela de São Sebastião é também importante, pelo seu valor histórico e cultural, fazendo mesmo parte do itinerário turístico desta localidade.
Segundo essa descrição, para essa época, a capela ficava longe da povoação, se tivermos em conta a existência de outras capelas já a ficarem rodeadas pelo povoado, com era os casos das capelas de Santo António e S. Gens, actualmente N. S. do Carmo. Efectivamente pensa-se ter existido uma boa razão para a construção de uma ermida naquele local.
Os relatos antigos vêm dizer que, sendo o caminho e trajecto de Loriga para outras povoações, aquele local era um lugar aprazível, de descanso, onde corria abundante água. Ali os viajantes paravam, por momentos, para descansar e, ao mesmo tempo, oravam pela viagem que estavam prestes a iniciar ou, aqueles que ao chegarem, ali paravam orando e agradecendo a viagem que tinham acabado de efectuar.
A primitiva capela construída em pequenas dimensões, era o protótipo da ermida isolada em lugar de passantes, havendo até uma certa preocupação de a mesma ser resguardada o mais possível das más condições climáticas. Ao ser edificada em honra desse Santo, poderá estar relacionado o facto de, nessa época, e um pouco por todo o lado, ser muito comum a veneração ao mártir São Sebastião, passando mesmo aquele lugar a ser assim chamado.
Com os tempos, aquele local bem como a capela já foram cenário de muitas alterações. O primitivo caminho deixou de existir e, em consequência, nova capela mais moderna foi também construída, esta sobreposta à antiga.
As Festas em honra de São Sebastião, por estranho que pareça, não se realizavam na sua capela mas sim na povoação. Houve tempos, até, que nem sempre era realizada, ao contrário do que acontece hoje, que se realiza anualmente. É uma festa grandiosa e uma das maiores que se efectuam em Loriga, realizando-se no verão, em data o mais próximo possível da Festa da Nossa Senhora da Guia.
Uma tradição em honra deste Santo, que através dos tempos se vai mantendo, é o peditório realizado com o “cambeiro”, um mastro alto, em madeira, ornamentado com penduradores em ferro, que percorre as ruas da Vila, e onde as pessoas penduram as suas ofertas: chouriços; morcelas; presuntos; carne; pão; queijos; feijão; grão; milho etc., sendo estas ofertas leiloadas em evento efectuado no largo da igreja.
Ao contrário das outras capelas já referidas, existentes em 1758, e que com os tempos foram ficando dentro da povoação de Loriga, a de São Sebastião, apesar de mais de dois séculos já passados, continua fora e isolada, apesar de visível do casario da Vila que dela se foi aproximando. O seu patrono é, pois uma presença viva dos antepassados Loriguenses que idealizaram aquele local e a construção da capela. E se, em tempos distantes, se pensa que abençoava os viajantes que por ali passavam, continua hoje a ser a bênção para muitos outros que ali passam para a última viagem, mas esta, uma viagem sem regresso.
A Capela de São Sebastião é de espaço único. Exteriormente as fachadas são rebocas e pintadas de branco percorridas por lambril de pedra de granito. A fachada principal é rasgada por um portal recto e por duas janelas recortadas. Tem campanário. O interior tem paredes rebocadas e pintadas de branco percorridas por lambril de azulejos de padrão industrial.
Visitar a capela de São Sebastião é também importante, pelo seu valor histórico e cultural, fazendo mesmo parte do itinerário turístico desta localidade.
Loriganet convida o caro leitor a conhecer um pouco a história deste Homem que se tornou Santo.
SÃO SEBASTIÃO nasceu em Narbonna em 250d.c.,e morreu em 288d.c.em Roma. Era um valente soldado,tendo ingressado no exército com cerca de 19 anos de idade. Sua fama de bom soldado era tamanha que tornou-se estimado pelos imperadores Diocleciano e Maximiano; tanto que confiaram o comando do primeiro exército pretoriano a ele. Era sem dúvida nenhuma um soldado exemplar! Mas se era tão querido e exemplar,então por que o mataram?
Sebastião vivia num tempo em que era proibido confessar ser seguidor de JESUS .Os soldados prendiam sem dó nem piedade os cristãos. Acontece que Sebastião era um cristão, e imperador
Não sabia disso. E Sebastião ajudou tanto aos demais cristão que foi conhecido depois o DEFENSOR DA IGREJA. A atuação de Sebastião nesse sentido consistia principalmente em confortar os cristão que eram perseguidos,e especialmente os que padeciam no martírio.
Até mesmo pessoas em altos postos no sistema carcerário romano se converteram à fé em JESUS por meio do seu testemunho.
Então,Sebastião foi denunciado ao imperador Diocleciano que ficou indignado,irado,pois o homem em quem pusera sua confiança era um cristão (e cristão de ação!);e o condenou à morte. Levaram-no para um campo aberto,e os arqueiros da Mauritânia o flecharam. Dando-o por morto,abandonaram-no preso a uma árvore.
Como Deus não abandona os seus servos, Sebastião por um milagre,resistiu às flechadas e sobreviveu. Não muito depois,foi encontrado por uma piedosa viúva,que cuidou de suas feridas. Após sua recuperação,o valente Sebastião se apresentou ao imperador Diocleciano, censurando-o por sua crueldade e exortando-o a deixar de adorar os falsos deuses,mediante suas imagens de escultura. O imperador ficou estarrecido ao ver em sua presença aquele que cria estar morto. Preso novamente foi açoitado até morrer.
Parabéns por este post Tiago!
ResponderExcluirTemos que ir registando estas coisas, antes que se percam definitivamente e o "Cambeiro" é, de facto, uma tradição muito particular de Loriga, que vale a pena investigar e a sua ligação à festa de S. Sebastião também.
Bom trabalho! Gostei muito de ler.Obrigado!
Pinto Gonçalves!