A grande devoção da gente de Loriga, é a Nossa Senhora da Guia, venerada na sua capela construída em 1884, por iniciativa dos emigrantes.
É festejada todos os anos na primeira semana de Agosto, com variado programa religioso e profano e os loriguenses vêm de longes terras tornar parte nos festejos, rezar a Nossa Senhora da Guia e confraternizar com famílias e conterrâneos.
Loriga – porventura a terra mais panorâmica do Concelho de Seia – está situada em plena Serra. A guisa de moldura imponente abraçam-na e cingem-na altos montes com as suas penhas e peducais, tendo nas suas faldas o tapete verde e manso dos pinheiros.
É bela, surpreendentemente majestosa e típica esta terra. Vista de longe, da Penha d’Águia por exemplo, arrebata, domina e extasia ao mesmo tempo.
Terra de alturas e abismos, de ribeiras pressurosas com água pura a cantar e dançar à volta de penedia calva e branca, de milheirais verdes cobrindo courelas encavalitadas em anfiteatro que desce pelos pendores do outeiro onde se situa. Na sua rudeza, na alegria pura das suas gentes, nos remansos e passeios silenciosos, no rumor das suas fábricas e oficinas, nas suas casas brancas e na grandeza e imponência da sua serra, é uma terra turística e privilegiada, terra sonho, de paisagens que não esquecem, de ares que tonificam de fontes que refrescam e dessedentam…
Há em Loriga uma devoção bem vincada à Virgem com o título de Nossa Senhora da Guia. A noroeste da povoação, num morro que emerge da ribeira de S. Bento, branca e airosa, levanta-se uma ermida em Honra de Nossa Senhora da Guia. A sua devoção está bem viva e firme na alma do povo Loriguense.
É deveras curiosa a história da capela e do culto de Nossa Senhora da Guia.
Nos meados do século passado existiam em Loriga os “Cartagenos” ou sejam negociantes que por esse Portugal fora vendiam peças de lã inteiramente feitas à mão.
Foram eles, com certeza, os imediatos antecessores dos industriais de Lanifícios. Loriga, era aliás, terra ideal para essa indústria, pois a água que corre nas ribeiras era força motriz para mover as suas máquinas. Esses “Cartagenos” nas suas andanças comerciais viram em Vila do Conde, junto à foz do Rio Ave, uma ermida em Honra de Nossa Senhora da Guia, padroeira dos pescadores. Quando em Loriga se pensou em levantar uma capela em louvor da Virgem o título escolhido foi de Nossa Senhora da Guia.
Mesmo não poderia ser outro. É que muitos Loriguenses, à procura de melhor sorte, já nessa altura trabalhavam no Brasil, mormente na região do Amazonas, nas cidades do Pará e Manaus. Nossa Senhora da Guia tornou-se por isso padroeira dos emigrantes.
O local escolhido para a construção da respectiva capela foi o morro atrás citado então denominado “Gemuro”. Alias este local já então era visitado, pois servia de miradouro a para os Loriguenses olharem o monte do Colcorinho sobretudo no domingo do E. Santo, a quando da celebração da festa de Nossa Senhora das Preces em Vale de Maceira. E o povo era tanto, já nessa altura, que um homem de Valezim fazia comercio vendendo refrescos e rebuçados.
A capela primitiva foi concluída em 1884 e a primeira festa foi realizada em Novembro desse ano. Esta capela durou cerca de 40 anos e tinha a porta principal voltada para Loriga, razão porque o povo cantava:
Nossa Senhora da Guia
Nossa Senhora da Guia
Combatida pelo vento
Tem as suas portas viradas
Pr’o St. Sacramento
A imagem da Virgem tão bela e expressiva foi feita possivelmente em Braga e data da data da Construção da primitiva capela. Chegou até bastante antes da capela estar concluída.
Existe outra imagem – a Senhora da Guia pequenina – que devia vir para Loriga aó por volta de 1901- 1902. A razão desta segunda imagem é a seguinte: No dia da Festa que exceptuando o primeiro ano (1884) sempre se realizou no primeiro Domingo de Agosto, de manhã muito cedo, a imagem vinha em procissão da Capela para a Igreja, regressando para a sua Capela cerca do meio-dia. Acontecia que muitos romeiros, alguns de longes terras, vinham até à capela cumprir as suas promessas e dar as suas ofertas e não encontravam a Imagem da Virgem o que bastante os desconsolava. Foi por isso que se mandou fazer outra imagem que substituísse, na ausência a primitiva imagem, de Nossa Senhora da Guia.
A imagem da Virgem tão bela e expressiva foi feita possivelmente em Braga e data da data da Construção da primitiva capela. Chegou até bastante antes da capela estar concluída.
Existe outra imagem – a Senhora da Guia pequenina – que devia vir para Loriga aó por volta de 1901- 1902. A razão desta segunda imagem é a seguinte: No dia da Festa que exceptuando o primeiro ano (1884) sempre se realizou no primeiro Domingo de Agosto, de manhã muito cedo, a imagem vinha em procissão da Capela para a Igreja, regressando para a sua Capela cerca do meio-dia. Acontecia que muitos romeiros, alguns de longes terras, vinham até à capela cumprir as suas promessas e dar as suas ofertas e não encontravam a Imagem da Virgem o que bastante os desconsolava. Foi por isso que se mandou fazer outra imagem que substituísse, na ausência a primitiva imagem, de Nossa Senhora da Guia.
Como a primitiva capela, feita de pedras de xisto, batidas por enxurradas de água não oferecesse segurança foi resolvido edificar outra. Para o efeito constitui-se uma Comissão aí por 1921, sendo demolida a antiga capela e edificada a actual. O sacerdote que estava frente da Paróquia no ano de Construção da primitiva capela era o Senhor Padre Matias e o que paroquiava Loriga quando da construção da segunda capela era o Monsenhor António Gouveia Cabral.
Nossa Senhora da Guia tem sido de facto padroeira dos emigrantes. Estes têm-lhe sido deveras agradecidos. O 1.º Domingo de Agosto é sempre lembrado. Em Manaus e no Pará os Loriguenses reúnem-se esse dia, por vezes com festa e procissão em honra de Nossa Senhora da Guia a que já se tem dignado assistir o Senhor Bispo.
Foram os brasileiros – assim chamados os Loriguenses que vivem no Brasil – que em 1905 mandaram edificar o coreto ou pavilhão para a Filarmónica tocar em dia de festa.
Nossa Senhora da Guia
Foram os brasileiros – assim chamados os Loriguenses que vivem no Brasil – que em 1905 mandaram edificar o coreto ou pavilhão para a Filarmónica tocar em dia de festa.
Nossa Senhora da Guia
Rosa Branca em botão
Dai saúde aos brasileiros
Que deram o pavilhão.
Foram os brasileiros – os do Pará – que há poucos anos mandaram edificar o belo altar e retábulo de mármore com motivos alegóricos à Ladainha da Virgem.
Foram os brasileiros – os do Pará – que há poucos anos mandaram edificar o belo altar e retábulo de mármore com motivos alegóricos à Ladainha da Virgem.
Foram os brasileiros de Manaus que ofereceram a valiosa e pesada e artística cruz de prata benzida em 1906 oito dias antes da Festa de Nossa Senhora da Guia.
Nossa Senhora da Guia
Nossa Senhora da Guia
A vossa ladeira mata
Dai saúde aos brasileiros
Que deram a Cruz de Prata.Foi também no dia de Nossa Senhora da Guia – reunidos em festa nesse dia – que os brasileiros de Manaus se lembraram e cotizaram para em 1905 levantarem os elegantes fontanários de Loriga.
Apenas para completar esta breve resenha histórica quero afirmar que existem dois guiões de Nossa Senhora da Guia: Um vermelho oferecido em, 1888 e que por ser muito alto e pau foi cortado quando da inauguração da electricidade em Loriga e outro azul bastante mais largo que a rodeia.
Infelizmente a devoção, o culto a Nossa Senhora da Guia está um tanto esmorecido. È necessário despertá-lo, torná-lo mais vivo, prático e operante.
Que Nossa Senhora da Guia seja o elo que ligue e polarize todos os corações dos Loriguenses espalhados pelo mundo, que lhes lembre sempre a sua e nossa querida terra, as suas famílias, nos recorde os nossos deveres Cristãos, nos ensine a imitá-la e um dia nos reúna a todos no céu.
A.M.C
Santuário
O Santuário de Nossa Senhora da Guia, torna-se um ambiente de recolhimento, reflexão e de profunda oração...
Deixamo-nos desenvolver num ambiente de recolhimento, silêncio e simplicidade, num contacto vivo com o louvor divino e a sua Palavra..
Caros visitantes, venham até Loriga e visitem este maravilhoso local.
Deixamo-nos desenvolver num ambiente de recolhimento, silêncio e simplicidade, num contacto vivo com o louvor divino e a sua Palavra..
Caros visitantes, venham até Loriga e visitem este maravilhoso local.
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