domingo, dezembro 16, 2012
O Presépio e a sua origem...
domingo, dezembro 16, 2012 às 18:01
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Ao longo dos anos, os países católicos ao festejarem a data utilizam várias tradições natalinas como canções, a figura do Papai Noel, a ceia de Natal, a árvore de Natal e em especial o presépio de Natal.
O termo presépio vem do latim praesaepe com o significado de estrebaria, curral, estábulo. Foi num destes espaços que nasceu a figura, real e histórica, conhecida para a posterioridade com o nome de Jesus. Não foi porque a sua mãe e o seu pai José e Maria tivessem deliberadamente escolhido este lugar, mas foi o único que lhes concederam.
O presépio é uma das representações mais singelas do nascimento de Jesus Cristo. Procura resgatar a importância e magnitude daquele momento ao mesmo que nos lembra a forma simples e humilde em que se deu o nascimento. A presença do menino Deus naquele estábulo, ao lado de seus pais, tendo por testemunhas os pastores e os animais e recebendo a visita dos Reis Magos, guiados à gruta pela estrela de Belém, mostra a grandeza e a onipotência de Deus representada na fragilidade de uma criança.
Esta representação foi criada por São Francisco de Assis em 1223 que, em companhia de Frei Leão e com a ajuda do senhor Giovanni Vellina, montou em uma gruta da floresta na região de Greccio, Itália, a encenação do nascimento de Jesus. Na época já havia 16 anos que a Igreja tinha proibido a realização de dramas litúrgicos nas Igrejas, mas São Francisco pediu a dispensa da proibição, desejoso que estava de lembrar ao povo daquela região a natividade e o amor a Jesus Cristo. O povo foi convidado para a missa e ao chegarem à gruta encontraram a cena do nascimento vivenciada por pastores e animais.
São Francisco morreu dois após, mas os Frades Franciscanos continuaram a representação do presépio utilizando imagens.
"Fazer presépios é unir mundos". O mundo animal, os homens e o mundo mineral (pedras e presentes) se unem na contemplação do nascimento de Jesus. Os reis Magos em uma interpretação mais recentes são lembrados como um símbolo da união dos povos: Gaspar, o negro: Melchior, o branco e Baltazar, o asiático.
E se, passados tantos séculos, o presépio continua sendo, depois da missa, a celebração mais digna do Natal, é porque um gênio de poeta e santidade o imaginou para, de modo bem plástico e didático, continuar fazendo os homens relembrarem o supremo gesto de amor do Filho de Deus, como escreve Santo Agostinho.
O presépio foi organizado por São Francisco para visualizar, sensibilizar, facilitar a meditação da mensagem evangélica do conteúdo do mistério de Jesus Cristo, que nasce na pobreza, na simplicidade, para fazer o homem mais humano: Filho de Deus, irmão de todos os demais homens, harmonizado com o universo. Cada figura do presépio tem seu conteúdo evangelizador. É preciso explicitá-lo, captá-lo e vivenciá-lo:
a) José: o esposo, o companheiro; o pai, o homem que ama, trabalha, é responsável; o homem que respeita, que sustenta, que orienta; o homem de oração...
b) Maria: a esposa, a mãe, a companheira fiel, pura, digna, cumpridora da vontade de Deus (Eis aqui a serva do Senhor...); a mulher que educa, ora, medita em seu coração os mistérios da maternidade; é toda doação e dedicação...
c) Os pastores e os sábios: os simples e os sábios: os simples e os cultos, pessoas à escuta, em busca, que sabem ler os sinais dos tempos, saem de si para encontrar os outros, lêem no outro a presença de Deus...
d) Os animais, o feno, a gruta: a natureza toda a serviço do homem e de Deus, e quem acolhe o homem, acolhe a Deus...
e) A estrela: guia, luz, ideal, sentido...
f) Os anjos: mensageiros de Deus, comunicadores da Boa Notícia.
As palavras de paz e serenidade de São Francisco trazem até nós o sentido verdadeiro do Natal: "Todos os homens nascem iguais, pela sua origem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final" e ainda "No presépio se honra a simplicidade, se exalta a pobreza, se elogia a humildade". (Fontes Franciscanas, I Cel. 85)
Na pobreza do presépio, meditemos sobre o mistério da encarnação, buscando encontrar-se com o verdadeiro Deus que se faz humilde para nos ensinar que a maior riqueza não está naquilo que se tem, e sim naquilo que se é.
UM FELIZ E SANTO NATAL A TODOS!
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