Carta Aberta aos Cooperativistas e à População em Geral
A nossa Cooperativa completará este ano 56 anos de existência, mais concretamente no próximo dia 13 de Fevereiro!!!
Um naipe numeroso de Loriguenses aguerridos pôs mãos à obra na sua fundação, não sem se exporem a certas perseguições não só pessoais, como até do foro profissional. Lutaram até à exaustão, porque estava em causa a defesa da sua família, por isso expuseram-se a todas as contrariedades das mais díspares. Mas conseguiram-no, porque abraçaram de tal ordem a doutrina Cooperativista da qual beneficiaram economicamente, pois a sua féria, (refira-se ordenado), naquela data recebiam à semana e não ao mês como hoje é processado.
Era bonito, ver todos os sócios Fundadores a trabalharem de mãos dadas para a sua Cooperativa, que amavam, como se fosse propriedade sua e não de cooperação. Não regateavam o trabalho prestado graciosamente à sua (nossa) Cooperativa. Não exageramos nas afirmações, pois criou-se riqueza. A Sociedade cresceu, adquiriu terreno e construiu Sede própria e o seu património começou a valorizar-se física e comercialmente, o que fez “tremer” o comércio privado à data. A maior parte dos sócios fundadores já deixaram este mundo, mas a Cooperativa ficou a dever-lhes muito. Os actuais sócios devem muito à sua memória, mas infelizmente não existe sensibilidade… Reconheçamos que foram os pais e os maridos que nos legaram uma obra tão bonita e social. Saibamos honrar a sua memória, numa prece…
O espírito cooperativista e bairrista esbateu-se e hoje muitos filhos e netos dos Fundadores, não querem, ou saber curvar-se perante a memória daqueles que deram o seu melhor para erguer um património bonito e social, que devia ser o orgulho não só dos seus entes queridos, como também da nossa querida Loriga que usufrui do seu estatuto. É certo que a História da Cooperativa nos relata algumas páginas negras, de acontecimentos menos dignos, que contribuíram para um voltar costas a uma obra que tanto custou a edificar. Todavia, nunca é tarde para recomeçar, pois se todos unirmos esforços e vontades, a Cooperativa poderá voltar a ser um padrão que marcará na continuidade das gerações futuras e na história de Loriga.
Cooperativistas, Loriguenses. Unamos esforços e vontades renunciando a querelas que só nos separam, e amanhã os filhos de Loriga, hoje jovens, agrupando ainda os que ainda estão para nascer, não nos perdoarão a nossa falta de bairrismo pela inércia do “deixa andar” e pelo argumento egoísta de “os outros que façam”. A renúncia com a nossa ausência nas Assembleias Gerais, e a crítica acerbada perante aqueles que ainda acreditam na recuperação da Cooperativa, é uma política condenável a todos os títulos, pois é nas Assembleias que se discutem e aclaram os problemas.
Vontade e capacidade para dar ou disponibilizar algo dos tempos livres, a favor de qualquer actividade que torne Loriga maior, ajudar a criar condições para que todos nos sintamos bem na nossa terra, abarcando outros que não sendo filhos, se sintam atraídos e confortáveis para nela viver, “são considerandos essenciais e determinantes para os quais lançamos o desafio aos Loriguenses e Cooperativistas para trabalharem pela mesma causa – Loriga”.
A Direcção da Cooperativa que exerceu funções no biénio 2008/2009, como não conseguiu arranjar elementos para tomar conta dos seus destinos para o biénio 2010/2011, disponibilizou-se a pedido da Assembleia Geral que teve lugar no dia 18 de Dezembro de 2009, para gerir por mais 180 dias, ou seja até 30 de Junho de 2010, com dois elementos novos, que já deram em tempos provas do seu saber e dinamismo comercial. A Tesouraria tem agora novo responsável. Esperamos que neste lapso de tempo apareçam novos elementos para constituírem nova Direcção.
Lançamos aqui um apelo a todos os sócios a abastecerem-se com mais frequência na Cooperativa, afim de se criar riqueza. Temos consciência que os tempos são outros. Há mais poder de compra, e constata-se que muitos sócios se deslocam no seu automóvel, procurando comprar nos Supermercados. Não obstante, apelamos a um pouco de sacrifício, ajudando mais a Cooperativa, consumindo uma quota-parte das suas necessidades. Só assim podemos ultrapassar a crise que nos envolve, e então venceremos. A Cooperativa não pode acabar. Não se concretizando tal hipótese, convocar-se-á uma Assembleia Geral Extraordinária para nela ser nomeada uma Comissão Liquidatária, para proceder à venda de todo o Património Imobiliário e Bens Móveis da Cooperativa e ao pagamento de todas as dívidas aos seus credores. Não podemos ser sempre os mesmos a trabalhar. Declinamos portanto toda a nossa responsabilidade sobre o que possa vir a acontecer ao futuro da Cooperativa, mas estamos confiantes em todos vós.
Caro consócio, esperamos que medites em todos os considerandos expostos, e não queiras ser responsável pelo desaparecimento desta grande obra, que dá pelo nome de Cooperativa Popular de Loriga. Os subscritores confiam em todos vós.
Saudações Cooperativistas
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